Até parece que a crise não chegou ao futebol
Em meio à crise económica é realizada a maior transação do futebol em todos os tempos, O Real Madri surpreendeu o mundo! Na primeira quinzena de junho ignorando as palavras crise e risco, anunciaram a contratação do jogador Kaká do Milan por módicos 65 milhões de euros e a transferência do arrogante, astro português, do Manchester United Cristiano Ronaldo, por simplesmente 94 milhões de euros, a maior transação do futebol em todos os tempos.
Exatamente em um momento, onde clubes europeus e ao redor do mundo apuram prejuízos substanciais ou estão literalmente à venda há meses, sem despertar o menor interesse dos investidores.
Marketing Esportivo
Muito desses valores se devem a um conceito novo chamado Marketing Esportivo, onde a exploração e a ligação de astros com marcas e produtos produzem um aumento substancial nas vendas e no incremento de receita. Mas até onde vai o poder de retorno do marketing esportivo? Qual o tempo de retorno e a capacidade de gerar dividendos sobre um gasto pontual de 155 milhões de euros?
Quem regula os gastos dos clubes, qual instituição econômica é responsável pela fiscalização da origem dos recursos, quem controla os gastos e os ganhos de clubes de futebol? Perguntas que ficam a deriva em um mar de incertezas e de escândalos, empresários de grandes clubes do futebol mundial, foragidos e exilados fora de seus domínios de origem, ligações de clubes, empresários e jogadores com paraísos fiscais, inúmeros processos ao redor do globo associando verbas do esporte ao contrabando, prostituição e tráfico de drogas.
Não que o Real Madri tenha nada a ver com isso, mas em tempos de regulação de mercados, arrocho financeiro nas empresas e crise mundial nos mercados por desleixo e vista grossa das autoridades competentes, não custa nada levarmos a sério as questões do mundo da bola.
Investimento com retorno irrefutável, a bolha do mundo da bola ou operações no mínimo suspeitas?
A paixão mundial pelo futebol deve alavancar os negócios proporcionados pelo marketing esportivo, mas jamais pode ser utilizado como miopia conveniente, para transformar estádios e campeonatos em enormes lavanderias ao redor do planeta.
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